terça-feira, julho 18, 2006

Batman vs Um pensamento teórico levado adiante

Há algum tempo um professor havia solicitado aos seus alunos que comparassem em duas laudas limites dois filmes que retratassem uma mesma profissão em décadas diferentes. Não titubeei e escolhi a profissão de Batman. Escolha sagaz e pertinente ao escandaloso fervor que há na procura em filmes do "Bátima" (aquele da "Feira da Fruta", tome-se por instância) no agora popular YouTube.
Segue um texto que atingiu a excelência por ter alcançado a nota máxima. Preparem-se, pois segue anexo ao texto toda a frivolidade que tomou conta do cinema atual e idéias que poderiam parecer absurdas, não estivéssemos vivendo o hoje, possuidor das ferramentas necessárias para fazer-se boataria, como bem disse o outro, ao relatar sua experiência com Dorothy "acho que não estamos mais no Kansas", além das minhas próprias idéias, também anexas, e portanto, qualquer crítica ou relação à fatos ocorridos não-necessariamente recentemente, mas também não descartando-os, são tão propositais quanto a vontade de um de escrever, ler ou até mesmo cagar enquanto faz um dos dois anteriores. Enfim:

Minha proposta é comparar três filmes do personagem Batman lançados no fim da década de 80 e durante a década de 90 (para ser mais específico, os filmes de 1989, 1992 e 1995, os quais referirei como “Velho Batman”) com um filme do Batman de 2005 (ou “Novo Batman”). Escolhi estudar este universo pois sua essência não está por trás da máscara do homem-morcego, mas sim na complexidade social da surreal Gotham-City, principalmente no que diz respeito aos vilões. Mas irei começar pelo Morcegão.
No Velho Batman, o herói tem motivos pessoais para lutar contra o crime. Primeiro porque ele é podre de rico, e sem precisar trabalhar ocupa seu tempo prendendo gente que faz coisa errada. Em segundo lugar porque ele sofreu uma tragédia pessoal, a morte dos pais pela arma de um criminoso. A idéia que se tem de um Batman anos 90 é a de que ele é um “mocinho”, não importa o que aconteça, e que sua atitude será sempre a de mocinho. Tudo isso é muito superficial para o século XXI, então o Novo Batman é movido à vingança, confundindo muitas vezes o sentimento de justiça presente no Velho Batman. E isso é algo normal, afinal de contas estamos no ano de 2005, as pessoas são cada vez mais egoístas e egocêntricas, sendo que fica difícil ver alguém fazer alguma coisa boa para outra pessoa sem nenhum motivo.
Podemos concluir então que na visão atual da humanidade, o Velho Batman é tão altruísta que dá náuseas. Nunca se viu alguém arriscar tanto a própria vida só para ver uma mulher sorrir ao ter sua bolsa de volta aos seus ombros. Já o Novo Batman, bem, ele também é um pouco altruísta, também se arrisca demais, mas pelo menos é possível sentir que ele faz isso porque gosta, porque tem em seu ofício o prazer da vingança, e logo ele deixa de ser aquele “mocinho” tão maçante.
Em segundo lugar nessa grande mudança de comportamento estão os inimigos, que formam uma lista extensa. Danny DeVito, Jack Nicholson, Tommy Lee Jones, Jim Carrey, não só tem em comum a fama, como o fato de todos formarem seu grupo anti-Batman. Não bastasse isso, há nessa relação do(s) Velho(s) Batman(s) a idéia de que todo vilão é líder de sua própria organização, gangue ou trupe. Praticamente um controle de ações majoritárias que decide sempre ganhar muito dinheiro e matar o mocinho da história.
Matar o mocinho da história também é o motivo do vilão do Novo Batman, afinal de contas você deve eliminar quem se interpõe aos seus planos, sejam eles malignos ou não. A diferença está no fato de que dessa vez o grande inimigo se esconde atrás de um peão. Ou seja, o líder de uma organização age em sigilo, financiando uma segunda pessoa para atentar contra o mocinho, sendo que esta segunda pessoa ficará exposta. Isso tem motivo, é claro. É uma situação que nos faz lembrar como agem os grupos terroristas.
Portanto podemos dividir o cinema de Batman em pré-11/9 e pós-11/9, sendo que o primeiro retrata o bandido como o líder de uma gangue e o segundo retrata o bandido como uma simples peça de xadres, comandada por verdadeiros líderes que financiam o terror, sendo que quem comanda essa peça é um jogador que prefere manter-se oculto. Mas essa jogada de marketing não é mais do que se espera do cinema hollywoodiano. Evidentemente, após uma tragédia terrorista o melhor a fazer é ganhar rios de dinheiro assemelhando fato à ficção. Este definitivamente é o século XXI.

segunda-feira, julho 17, 2006

Os Tijolos Amarelos e o Lado Escuro da Lua

Se há algo que a Internet trouxe de útil para a sociedade, este talvez tenha sido elevar as teorias conspiratórias a um novo patamar. Agora, a todo instante pipocam novas conspirações de qualquer ato que seja, desde os ataques a São Paulo até o aumento do preço das cortinas verde-musgos. Com a rede, qualquer mortal dotado de um computador e de uma conexão pode criar sua teoria, por mais esquizofrênica que seja, e divulgá-la aos quatro cantos do globo. E graças ao Orkut, os horizontes deste poder de olhar nas entrelinha aumentou numa potência de dez, assim como as futilidades em torno de assuntos (bastante) idiotas que se propagam no ciberespaço.

Porém, uma teoria que intriga até hoje muita gente é a tal da sincronia entre o disco Dark Side of The Moon, da majestosa banda Pink Floyd, e do filme Wizard of Oz, do diretor Victor Fleming. Como toda boa teoria conspiratória que se preze, ela surgiu do nada e expandiu-se como nunca. Em 1997, um dj de uma rádio em Boston disse que o álbum seria uma espécie de trilha alternativa para o filme. Essa notícia começou a se espalhar pelos sites de fãs da banda e causou frisson na Internet. Tanto que algumas semanas depois, as vendas do disco, lançado em 1973, aumentaram consideravelmente - só lembrando que Dark Side... é o 18º disco mais vendido de todos os tempos e permaneceu 74o semanas nas tabelas da Billboard Magazine.

É bastante simples fazer a sincronização. Para começar a experiência transcendental é necessário, logicamente, o filme e o cd. O Cd precisa ser o original, ou seja, não pode ser a reedição de 20 anos do DSoTM nem a edição em SACD. Além disso, não pode ser pirata, pois os intervalos entre as músicas tem que ser perfeitos. Já o filme pode ser pego na Internet, de preferência se aparecer o leão da MGM, porque ele será o ponto de partida. Se não tiver essa introdução, pode se tomar um outro referencial. Mas é preferível o Dvd original.

Para sincronizar, é preciso colocar o disco no pause e esperar até o leão dar o terceiro rugido para soltar o som. Caso a versão não tenha o felino mascote, pode-se tomar como referência o nome do produtor Mervyn LeRoy, que aparece no exato momento em que começa a música Breath. A partir daí, é só abaixar o volume do filme e acompanhar as múltiplas coincidências que acabam rolando. Alguns sites dizem que a sincronia continua até depois que termina o cd, tendo que colocar no "repeat" para continuar acompanhando, mas eu digo que isso já é forçar (e muito) a barra e talvez só fosse possível se Roger Waters fosse filho de Exu.

De fato, esse tipo é um tipo de experiência que vale a pena fazer, nem que por curiosidade. Para quem já assistiu ao filme normal nota-se que, com a sincronização, ele ganha um clima bem mais obscuro. O longa, que já transmite mensagens fortes nas entrelinhas, acaba adquirindo uma atmosfera bastante introspectiva, quase expressionista. Além disso, é interessante notar que certos ruídos ou sons, que não fazem sentido algum no disco, acabam correspondendo com as imagens do filme. Mas fora isso, só de ouvir um dos melhores álbuns já produzidos servindo de trilha sonora para um clássico do cinema já vale todo e qualquer esforço que isso possa acarretar.

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E na próxima edição: uma análise da sincronia entre o disco de estréia do Cordel do Fogo Encantado juntamente com o filme Deus e Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha.


Post em homenagem à Syd Barret (1946-2006).

terça-feira, julho 11, 2006

Diálogos (ou Pensamentos) Inesquecíveis 2

Aproveitando o embalo!

Charlie Brown, vulgo Minduim, para ele mesmo:
"Às vezes, quando estou deitado na cama e não consigo dormir, pergunto a mim mesmo: "Onde foi que eu errei?" Aí aparece uma voz que diz:
"Isso vai levar mais que uma noite""

segunda-feira, julho 10, 2006

Diálogos (ou Pensamentos) Inesquecíveis 1

Charlie Brown, vulgo Minduim, para ele mesmo:
"Às vezes, quando não consigo dormir, pergunto a mim mesmo: 'A vida é como golfe ou como Beisebol?'... Aí aparece uma voz que diz: 'E que tal amarelinha?'"