Batman vs Um pensamento teórico levado adiante
Há algum tempo um professor havia solicitado aos seus alunos que comparassem em duas laudas limites dois filmes que retratassem uma mesma profissão em décadas diferentes. Não titubeei e escolhi a profissão de Batman. Escolha sagaz e pertinente ao escandaloso fervor que há na procura em filmes do "Bátima" (aquele da "Feira da Fruta", tome-se por instância) no agora popular YouTube.
Segue um texto que atingiu a excelência por ter alcançado a nota máxima. Preparem-se, pois segue anexo ao texto toda a frivolidade que tomou conta do cinema atual e idéias que poderiam parecer absurdas, não estivéssemos vivendo o hoje, possuidor das ferramentas necessárias para fazer-se boataria, como bem disse o outro, ao relatar sua experiência com Dorothy "acho que não estamos mais no Kansas", além das minhas próprias idéias, também anexas, e portanto, qualquer crítica ou relação à fatos ocorridos não-necessariamente recentemente, mas também não descartando-os, são tão propositais quanto a vontade de um de escrever, ler ou até mesmo cagar enquanto faz um dos dois anteriores. Enfim:
Minha proposta é comparar três filmes do personagem Batman lançados no fim da década de 80 e durante a década de 90 (para ser mais específico, os filmes de 1989, 1992 e 1995, os quais referirei como “Velho Batman”) com um filme do Batman de 2005 (ou “Novo Batman”). Escolhi estudar este universo pois sua essência não está por trás da máscara do homem-morcego, mas sim na complexidade social da surreal Gotham-City, principalmente no que diz respeito aos vilões. Mas irei começar pelo Morcegão.
No Velho Batman, o herói tem motivos pessoais para lutar contra o crime. Primeiro porque ele é podre de rico, e sem precisar trabalhar ocupa seu tempo prendendo gente que faz coisa errada. Em segundo lugar porque ele sofreu uma tragédia pessoal, a morte dos pais pela arma de um criminoso. A idéia que se tem de um Batman anos 90 é a de que ele é um “mocinho”, não importa o que aconteça, e que sua atitude será sempre a de mocinho. Tudo isso é muito superficial para o século XXI, então o Novo Batman é movido à vingança, confundindo muitas vezes o sentimento de justiça presente no Velho Batman. E isso é algo normal, afinal de contas estamos no ano de 2005, as pessoas são cada vez mais egoístas e egocêntricas, sendo que fica difícil ver alguém fazer alguma coisa boa para outra pessoa sem nenhum motivo.
Podemos concluir então que na visão atual da humanidade, o Velho Batman é tão altruísta que dá náuseas. Nunca se viu alguém arriscar tanto a própria vida só para ver uma mulher sorrir ao ter sua bolsa de volta aos seus ombros. Já o Novo Batman, bem, ele também é um pouco altruísta, também se arrisca demais, mas pelo menos é possível sentir que ele faz isso porque gosta, porque tem em seu ofício o prazer da vingança, e logo ele deixa de ser aquele “mocinho” tão maçante.
Em segundo lugar nessa grande mudança de comportamento estão os inimigos, que formam uma lista extensa. Danny DeVito, Jack Nicholson, Tommy Lee Jones, Jim Carrey, não só tem em comum a fama, como o fato de todos formarem seu grupo anti-Batman. Não bastasse isso, há nessa relação do(s) Velho(s) Batman(s) a idéia de que todo vilão é líder de sua própria organização, gangue ou trupe. Praticamente um controle de ações majoritárias que decide sempre ganhar muito dinheiro e matar o mocinho da história.
Matar o mocinho da história também é o motivo do vilão do Novo Batman, afinal de contas você deve eliminar quem se interpõe aos seus planos, sejam eles malignos ou não. A diferença está no fato de que dessa vez o grande inimigo se esconde atrás de um peão. Ou seja, o líder de uma organização age em sigilo, financiando uma segunda pessoa para atentar contra o mocinho, sendo que esta segunda pessoa ficará exposta. Isso tem motivo, é claro. É uma situação que nos faz lembrar como agem os grupos terroristas.
Portanto podemos dividir o cinema de Batman em pré-11/9 e pós-11/9, sendo que o primeiro retrata o bandido como o líder de uma gangue e o segundo retrata o bandido como uma simples peça de xadres, comandada por verdadeiros líderes que financiam o terror, sendo que quem comanda essa peça é um jogador que prefere manter-se oculto. Mas essa jogada de marketing não é mais do que se espera do cinema hollywoodiano. Evidentemente, após uma tragédia terrorista o melhor a fazer é ganhar rios de dinheiro assemelhando fato à ficção. Este definitivamente é o século XXI.
Segue um texto que atingiu a excelência por ter alcançado a nota máxima. Preparem-se, pois segue anexo ao texto toda a frivolidade que tomou conta do cinema atual e idéias que poderiam parecer absurdas, não estivéssemos vivendo o hoje, possuidor das ferramentas necessárias para fazer-se boataria, como bem disse o outro, ao relatar sua experiência com Dorothy "acho que não estamos mais no Kansas", além das minhas próprias idéias, também anexas, e portanto, qualquer crítica ou relação à fatos ocorridos não-necessariamente recentemente, mas também não descartando-os, são tão propositais quanto a vontade de um de escrever, ler ou até mesmo cagar enquanto faz um dos dois anteriores. Enfim:
Minha proposta é comparar três filmes do personagem Batman lançados no fim da década de 80 e durante a década de 90 (para ser mais específico, os filmes de 1989, 1992 e 1995, os quais referirei como “Velho Batman”) com um filme do Batman de 2005 (ou “Novo Batman”). Escolhi estudar este universo pois sua essência não está por trás da máscara do homem-morcego, mas sim na complexidade social da surreal Gotham-City, principalmente no que diz respeito aos vilões. Mas irei começar pelo Morcegão.
No Velho Batman, o herói tem motivos pessoais para lutar contra o crime. Primeiro porque ele é podre de rico, e sem precisar trabalhar ocupa seu tempo prendendo gente que faz coisa errada. Em segundo lugar porque ele sofreu uma tragédia pessoal, a morte dos pais pela arma de um criminoso. A idéia que se tem de um Batman anos 90 é a de que ele é um “mocinho”, não importa o que aconteça, e que sua atitude será sempre a de mocinho. Tudo isso é muito superficial para o século XXI, então o Novo Batman é movido à vingança, confundindo muitas vezes o sentimento de justiça presente no Velho Batman. E isso é algo normal, afinal de contas estamos no ano de 2005, as pessoas são cada vez mais egoístas e egocêntricas, sendo que fica difícil ver alguém fazer alguma coisa boa para outra pessoa sem nenhum motivo.
Podemos concluir então que na visão atual da humanidade, o Velho Batman é tão altruísta que dá náuseas. Nunca se viu alguém arriscar tanto a própria vida só para ver uma mulher sorrir ao ter sua bolsa de volta aos seus ombros. Já o Novo Batman, bem, ele também é um pouco altruísta, também se arrisca demais, mas pelo menos é possível sentir que ele faz isso porque gosta, porque tem em seu ofício o prazer da vingança, e logo ele deixa de ser aquele “mocinho” tão maçante.
Em segundo lugar nessa grande mudança de comportamento estão os inimigos, que formam uma lista extensa. Danny DeVito, Jack Nicholson, Tommy Lee Jones, Jim Carrey, não só tem em comum a fama, como o fato de todos formarem seu grupo anti-Batman. Não bastasse isso, há nessa relação do(s) Velho(s) Batman(s) a idéia de que todo vilão é líder de sua própria organização, gangue ou trupe. Praticamente um controle de ações majoritárias que decide sempre ganhar muito dinheiro e matar o mocinho da história.
Matar o mocinho da história também é o motivo do vilão do Novo Batman, afinal de contas você deve eliminar quem se interpõe aos seus planos, sejam eles malignos ou não. A diferença está no fato de que dessa vez o grande inimigo se esconde atrás de um peão. Ou seja, o líder de uma organização age em sigilo, financiando uma segunda pessoa para atentar contra o mocinho, sendo que esta segunda pessoa ficará exposta. Isso tem motivo, é claro. É uma situação que nos faz lembrar como agem os grupos terroristas.
Portanto podemos dividir o cinema de Batman em pré-11/9 e pós-11/9, sendo que o primeiro retrata o bandido como o líder de uma gangue e o segundo retrata o bandido como uma simples peça de xadres, comandada por verdadeiros líderes que financiam o terror, sendo que quem comanda essa peça é um jogador que prefere manter-se oculto. Mas essa jogada de marketing não é mais do que se espera do cinema hollywoodiano. Evidentemente, após uma tragédia terrorista o melhor a fazer é ganhar rios de dinheiro assemelhando fato à ficção. Este definitivamente é o século XXI.