Have it all
Nem tudo na vida são rosas. Muito pelo contrário, na vida se pisa mais na merda do que se cheira flores, seja isso uma metáfora ou um fato real. Nunca contente o suficiente para desfrutar suas posses, um homem sempre deseja mais. Normalmente esse mais é uma mulher (A não ser que o homem seja francês. Neste caso o algo a mais é queijo, vinho e um cheff).
A história que está prestes a se desentrelaçar é sobre um cara apaixonado. Não gosto de debater este tema. Tenho mais afinidade com ... bom, vocês já leram sobre o que eu escrevo. Expendo aqui a história de um amigo (Volto a frisar que a política do recinto é não citar nomes que não sejam bizarros) que chamarei de ... por falta de inspiração o chamarei de Beren.
Beren amava (Luthien?) Ok! Eu gosto do conto! Estou adaptando à minha maneira, não garanto final igual. O que importa é que ele a venerava. Seguia uma rotina monótona. Havia, porém um momento do dia em que ele se empolgava.
Você veja, ele sempre se dirigia para o mesmo lugar de ônibus, e no caminho havia o lugar em que ela sempre parecia estar. O coração do pobre homem palpitava só de pensar em vê-la. Isso nunca aconteceu.
Talvez tenha sido por este fato que ele me confidenciara que, caso um dia a visse, pularia do marinete na hora para dar-lhe um singelo oi (Sim, suas investidas não passavam de um mero cumprimento).
Existe lógica para a ação de meu camarada? Respondi a ele que não (Sim, eu talvez quebrara seu coração antes mesmo d’Ela ter a chance de fazê-lo). “É a mesma coisa que eu prometa te levar à Tókyo caso eu ganho na mega-sena para que nós acompanhemos nosso time do coração no dezembro próximo”. “Mas não há chance?”- ele me perguntou. Não queria destruir mais sua moral. Fui ligeiro ao mudar de assunto e disse à ele para ouvir as músicas que eu ouço quando me vejo em qualquer tipo de fossa. Sugeri o bom e velho F.F.
Desgraças à parte, eu já sabia o que Beren sentia. Homem que nunca sentiu isso não pode dizer ter bagos. É a mesma coisa que um de nós dizer que nunca foi corno. Por menor que tenha sido o chifre, ele já estampou a sua cabeça. Beren sentia o amor platônico. O amor incorrespondido.
Deu-se que, em questão de semanas, Beren voltou a ter comigo em busca de conselhos e agradecimentos. Disse que nunca mais pensara Nela. Não comentei nada com ele. Quando ele percebeu o silêncio, voltou à agradecer. “Cara, sabe de uma coisa? Eu ouvi essa música...Have it all... bem na hora que passei na frente daquele lugar. Foi demais, a imagem dela não veio sequer uma vez à minha cabeça. Não me escancarei no vidro à procura do olhar d’Ela. Foi-se! O que eu faço agora?”. Fui claro e objetivo com ele (Sim, não fui honesto) “Siga em frente! Isso é o espetáculo da vida. Vá lá, apresente-se para a platéia e faça eles o ovacionarem antes da cortina se fechar”. Usei mais um ou dois analectos para demonstrar meu conhecimento e fazê-lo calar a boca.
Não estava bravo com ele. Apenas queria dar um basta à péssima sensação do pobre companheiro. A gran verdad é que ele não está nem um pouco perto de esquecê-la. O que ele consegui fazer não passa de uma ilusão para a própria mente. Ele conseguirá amar outras pessoas, será aplaudido pela platéia, mas nenhum dos espectadores terá o amor puro de Beren, pois ele sempre se voltará à mulher que nunca mais procurou, e perceberá que ela não está entre os observadores. Deixou de estar quando ele não à procurou, achando que esquecer era melhor que não amar.
A história que está prestes a se desentrelaçar é sobre um cara apaixonado. Não gosto de debater este tema. Tenho mais afinidade com ... bom, vocês já leram sobre o que eu escrevo. Expendo aqui a história de um amigo (Volto a frisar que a política do recinto é não citar nomes que não sejam bizarros) que chamarei de ... por falta de inspiração o chamarei de Beren.
Beren amava (Luthien?) Ok! Eu gosto do conto! Estou adaptando à minha maneira, não garanto final igual. O que importa é que ele a venerava. Seguia uma rotina monótona. Havia, porém um momento do dia em que ele se empolgava.
Você veja, ele sempre se dirigia para o mesmo lugar de ônibus, e no caminho havia o lugar em que ela sempre parecia estar. O coração do pobre homem palpitava só de pensar em vê-la. Isso nunca aconteceu.
Talvez tenha sido por este fato que ele me confidenciara que, caso um dia a visse, pularia do marinete na hora para dar-lhe um singelo oi (Sim, suas investidas não passavam de um mero cumprimento).
Existe lógica para a ação de meu camarada? Respondi a ele que não (Sim, eu talvez quebrara seu coração antes mesmo d’Ela ter a chance de fazê-lo). “É a mesma coisa que eu prometa te levar à Tókyo caso eu ganho na mega-sena para que nós acompanhemos nosso time do coração no dezembro próximo”. “Mas não há chance?”- ele me perguntou. Não queria destruir mais sua moral. Fui ligeiro ao mudar de assunto e disse à ele para ouvir as músicas que eu ouço quando me vejo em qualquer tipo de fossa. Sugeri o bom e velho F.F.
Desgraças à parte, eu já sabia o que Beren sentia. Homem que nunca sentiu isso não pode dizer ter bagos. É a mesma coisa que um de nós dizer que nunca foi corno. Por menor que tenha sido o chifre, ele já estampou a sua cabeça. Beren sentia o amor platônico. O amor incorrespondido.
Deu-se que, em questão de semanas, Beren voltou a ter comigo em busca de conselhos e agradecimentos. Disse que nunca mais pensara Nela. Não comentei nada com ele. Quando ele percebeu o silêncio, voltou à agradecer. “Cara, sabe de uma coisa? Eu ouvi essa música...Have it all... bem na hora que passei na frente daquele lugar. Foi demais, a imagem dela não veio sequer uma vez à minha cabeça. Não me escancarei no vidro à procura do olhar d’Ela. Foi-se! O que eu faço agora?”. Fui claro e objetivo com ele (Sim, não fui honesto) “Siga em frente! Isso é o espetáculo da vida. Vá lá, apresente-se para a platéia e faça eles o ovacionarem antes da cortina se fechar”. Usei mais um ou dois analectos para demonstrar meu conhecimento e fazê-lo calar a boca.
Não estava bravo com ele. Apenas queria dar um basta à péssima sensação do pobre companheiro. A gran verdad é que ele não está nem um pouco perto de esquecê-la. O que ele consegui fazer não passa de uma ilusão para a própria mente. Ele conseguirá amar outras pessoas, será aplaudido pela platéia, mas nenhum dos espectadores terá o amor puro de Beren, pois ele sempre se voltará à mulher que nunca mais procurou, e perceberá que ela não está entre os observadores. Deixou de estar quando ele não à procurou, achando que esquecer era melhor que não amar.
2 Comments:
muito profundo. Um belo conto... Amores platonicos passam sempre essa sensação de dúvida.
De onde eu vim? Pois pensei e pensei nisso. De fato, sou leitora de blogs, e por vezes visito links de um parando em outro, outro e outro. Foi assim que cheguei ao epítetos... E gostei muito, por isso comentei ( e guardei o endereço para voltar depois!) mas não lembro o blog-origem por dizer assim...
Agradeço os elogios, que deixaste no meu espaço!
Abraços, beijos e até breve!
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