sexta-feira, novembro 04, 2005

Tupã F.C.: Ascensão e Queda do Majestoso

Os amantes do esporte bretão da estimada cidade de Tupã tinham um objetivo em comum naquele fatídico 8 de fevereiro de 1936. Trinta homens robustos se reuniram à noite numa congregação para definir os últimos detalhes dessa empreitada. O detalhe inusitado é que o simpósio localizava-se num bar. Isso talvez explique a política etílica do clube durante toda sua existência mas, por outro lado, explica a coesão do plantel que sempre foi uma máxima admirada por todos os adversários.

Enfim, após algumas rodadas de cervejas, o novo time ganha corpo: o nome acabou sendo o originalíssimo Tupã Futebol Clube, no qual Antônio Caran, o dono do bar, foi lisonjeado como presidente de fundação do clube, enquanto Tobias Rodrigues é incumbido de desenhar os uniformes, sendo escolhido o rubro e o alvi-negro. Vergilio Pereira de Araújo encarregou-se de escolher o local do estádio, que nada mais era que um campinho cercado de árvores nobres e plantações de café.

Após resolvido todos os embróglios, faltava apenas a realização de partidas. Ninguém sabe ao certo quem foi o time agraciado em disputar o primeiro jogo contra o Majestoso Tricolor, mas durante toda sua vivência muitos adversários dirigiram-se até o campinho Tamoio, como por exemplo o Santos, em 1948, que viajou 10 horas para tomar um sacola de 3 à 2 do escrete tricolor. Sem falar também no expressivo resultado de 2 à 4 que tomou do tricolor paulista, em 1950.

Nessa época, sob a administração do saudoso prefeito Alonso Pereira de Carvalho, no final dos anos 40, houve uma série de melhorias no estádio, propiciando o ingresso do time no futebol profissional. Alambrados, muretas e arquibancadas, na época de madeira, deram um ar europeu à nova casa do Tupã F.C. Mas a grande revolução foi dada no fim da década de 70, quando foram instalados refletores de alta projeção, uma nova arquibancada de concreto, alojamentos, um refeitório e o Portão Monumental, que possuía na época mais de vinte metros de altura.

O novo estádio, hoje alcunhado Estádio Alonso Pereira de Carvalho - ou Alonsão, recebeu e continua recebendo inúmeras partidas. Com capacidade para até 10000 espectadores - todos devidamente sentados e com aquecedores nos pés e nos bancos -, o Alonsão costumeiramente recebe grandes jogos, como os clássicos regionais contra o Marília e o Araçatuba, e jogos de cunho comemorativo, como o time do seu Almir contra o do seu Oede. Além disso, anualmente o estádio é palco de um dos grupos da Copa São Paulo.

Hoje, o Tupã F.C. não anda bem das pernas. Foi desclassificado logo na primeira fase da Quarta Divisão do Paulista, com o atípico retrospecto de uma vitória, quatro empates e sete derrotas. Porém, no Campeonato sub-20 a história é outra. Classificou-se para a terceira fase após passar pelo então invicto Tunabi, tendo o jovial Danilo na artilharia do time, com 12 gols.

Como é de praxe no futebol brasileiro, infelizmente o tricolor vive com problemas de caixa e de administração. Apesar de ter uma elogiosa categoria de base e vender jogador que nem pão na padaria, o clube nunca tem dinheiro o suficiente para formar um time expressivo. Agora, a esperança da torcida tupãense é o novo patrocinador, que irá fornecer etanol gratuitamente para a equipe.

2 Comments:

Anonymous Anônimo disse...

SAUDOSISMO: Meu nome é Antônio Lopes Coca,na minha infância e adolescência tive o priviléegio de morar nessa maravilhosa cidade de Tupã, transcorria os anos de 1935 até 1947.
Náquela época,há sessenta anos atrás, não perdia um jogo do glorioso Tupã FC. timasso composto por grandes jogadores, tais como: Antônio Caram, Clodoaldo Caram, Goyano, sargento Heitor,
Siqueirinha e o fora de série Micke, e seu irmão, cujo nome, não me vem á memória.
Na época, na regiâo éra considerado uma das grandes equipes do futebol do interior, um time de respeito.
alopescoca@hotmail.com.

1/10/2006 12:22 AM  
Anonymous Anônimo disse...

Meu pai Eluid Marques, foi jogador do Tupã FC na decada de 50, ele tem muito orgulho desta fase de sua vida, foi tambem campeão de ciclismo, quendo a pista era entre Tupã e Marilia, sinto muito orgulho de ter um pai atleta em uma época que não tinhamos nenhum recurso, como temos hoje.

1/27/2007 3:12 PM  

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